Henry
Maxwell Wright (1849-1931)
Henry
Maxwell Wright nasceu no dia 07 de dezembro de 1849 em Lisboa (Portugal) e
faleceu em 23 de janeiro de 1931 na cidade do Porto (Portugal), filho de um
casal inglês, membro da Igreja Anglicana.
Na
juventude associou-se a um grupo batista independente.
De
1865 a 1875, trabalhou na firma comercial norte-americana de seus parentes,
exportadora de café brasileiro, “Maxwell, Wright and Company”, que desde 1830
tinha negócios no Brasil; seu tio, Robert Clinton Wright, sócio-gerente, em 04
de julho de 1860 foi eleito presidente da Sociedade de Benevolência do Rio de
Janeiro; o Rev. Ashbel Green Simonton, que tinha chegado ao Brasil no ano
anterior, foi eleito capelão (The New York Times, 20 de agosto 1860).
Em
1874 e 1875 colaborou como introdutor nas concentrações evangelísticas de
Dwight Lyman Moody e Ira David Sankey em Londres (Inglaterra). Em 1875, com 26
anos de idade, abandonou a próspera carreira comercial para dedicar-se à
evangelização na Inglaterra e Escócia.
É
citado no capítulo IX do romance “In His Steps” (“Em Seus passos, que faria
Jesus?”), de Charles M. Sheldon, retratado como empresário que sentia sua
responsabilidade social.
Foi
missionário na Inglaterra, Escócia e Estados Unidos, Portugal, Açores e Brasil
(1881, 1890-1891, 1893 e 1914). Durante mais de 50 anos evangelizou povos de
fala portuguesa.
Em
10 de junho de 1890 chegou ao Rio de Janeiro no mesmo navio em que viajou
Salomão Luiz Ginsburg (1867-1927); foram hospedados e receberam orientação de José
Luiz Fernandes Braga, líder da Igreja Evangélica Fluminense.
Numa
das viagens ao Brasil, foi preso sob a acusação de “inimigo da religião
oficial” (Bill Ichter, Vultos da Música Evangélica no Brasil, p. 90. Rio de
Janeiro: JUERP, 1967); em 1890 a perseguição aos Protestantes era tal que eles
se sentiram compelidos a criar em São Paulo a Liga Evangélica, para defender os
seus direitos civis (ver: David Gueiros Vieira, O Protestantismo, a Maçonaria e
a Questão Religiosa no Brasil, p. 376. Brasília: Editora da Universidade de
Brasília, 1980).
Wright
trouxe à evangelização no Brasil três novidades: a realização de pregações em
teatros (ver: Fortunato Luz, Esboço Histórico da Escola Dominical da Igreja
Evangélica Fluminense, p. 501. Rio de Janeiro: Igreja Evangélica Fluminense), o
apelo após o sermão (ver: Eduardo Moreira, Meio Século de Evangelização em
Portugal e no Brasil. Porto, Portugal: Tipografia Sequeira, 1928) e o canto
congregacional durante as mensagens.
Os
hinos “Meu Senhor, Sou Teu” (HCC-361) e “Mais Perto da Cruz” (NC-222) foram
traduzidos em 1890, por ocasião da segunda viagem (às suas próprias custas) ao
Brasil. Wright lia os hinos ressaltando o conteúdo do texto, tomando-o como
tópico do sermão. Há mais de 125 anos, o missionário Wright pregava sermões
segmentados. Também traduzidos em 1890 foram os hinos “Eis Multidões” (HCC-528)
e “Quem Irá?” (NC-289); a hinóloga Edith Brock Mulholland especulou: Wright
teria, sozinho em sua cabine, escrito no mesmo navio de seu companheiro de
viagem, Salomão Luiz Ginsburg, outro grande improvisador de hinos? (ver: Notas Históricas do Hinário para o
Culto Cristão, p. 396. Rio de Janeiro: JUERP, 2001).
Em
1893, tendo contraído impaludismo em Pernambuco, foi para a Inglaterra
tratar-se durante quatro anos. Antes, fundou a Associação Cristã de Moços do
Rio de Janeiro, a primeira ACM na América do Sul. Restabelecido em sua saúde,
em 1897 regressou ao trabalho evangelístico em Portugal. Na cidade do Porto,
criou em 1905 a ACM portuguesa (ver: Henriqueta Rosa Fernandes Braga. Música
Sacra Evangélica no Brasil, pp. 231-234 e 329-330. Rio de Janeiro: Kosmos,
1961).
O
hino “Um Pendão Real” (“Cantor Cristão”, nº 469 e Harpa Cristã nº 46),
traduzido por Henry Maxwell Wright, foi publicado numa das primeiras edições de
“O Jornal Batista” (15 de agosto de 1902).
Na
quarta e última viagem ao Brasil (1914), Wright traduziu o hino “Alvo Mais que
a Neve” (HCC 286, NC 269, CTP 98 e HC 39).
Hinografia:
H.M.W.
foi autor ou tradutor de cerca de 200 hinos.
No
“Salmos e Hinos” (quinta edição com música, 1975) a contribuição de H.M.W. aos
hinos evangélicos no Brasil revelou-se em 76 hinos que foram reproduzidos na
maioria dos hinários.
No
“Cantor Cristão” (quarta edição com música, 36ª. edição, 1971) encontramos 61
hinos originais ou traduzidos.
Segundo
informação de Henriqueta Rosa, a segunda edição do “Cantor Cristão” continha 23
hinos, três dos quais eram de Wright; na edição de 1896, Wright figurou com
sete (OJB, 23 de agosto 1992).
O
“Novo Cântico” (primeira edição com música, 1991) acolheu 43 hinos de Wright.
Foram
abrigados e poupados, num século que despreza a hinodia, 29 hinos de Wright no
“Cantai todos os povos” (segunda edição com música, 2006).
Somente
22 hinos de Wright entraram no “Hinário para o Culto Cristão” (primeira edição
com música, 1990).
No
“Hinário Luterano” (primeira edição com música, 1986) encontramos 8 hinos de
Wright.
Na
Harpa Cristã 49 hinos levam suas iniciais, na maioria das vezes como tradutor.
Este
pregador do Evangelho, cantor e hinólogo era uma figura respeitável, de
estatura elevada, voz cheia e harmoniosa, maneiras afáveis, unção de Deus,
pregador que lia os hinos antes de cantar de maneira muito expressiva,
ressaltando o conteúdo do texto e tomando-o como tópico para o sermão.
Distinguia-se no cântico dos hinos pela expressão que sabia dar à letra.
Henry
Maxwell Wright é um dos mais prolíficos hinógrafos evangélicos da segunda
metade do século 19 e das duas primeiras décadas do século 20.
Talvez
mais do que a competência de um literato, para escrever e cantar hinos em
louvor a Deus, tinha a experiência de um missionário.
Wright
está sepultado no Cemitério Britânico do Porto, em Portugal, pois faleceu nessa
cidade, no dia 23 de janeiro de 1931.